“Testar e Tratar em debate” e contou com o apoio do Centro de Promoção a Pessoa Soropositiva
Às 8h30 do dia 24/10 iniciou-se a mesa de abertura com as palavras de boas vindas do Presidente Nacional da Pastoral da Aids- Dom Eugênio Rixen, Programa Municipal de DST/Aids de Porto Alegre – Gerson Fernando Mendes Pereira e Departamento de DST, Aids e HV – Márcia Colombo.
Em seguida, foi apresentado e debatido o primeiro tema do seminário: Para compreender a estratégia “Testar e Tratar”, facilitado pela representante do Departamento – Márcia Colombo. A facilitadora iniciou sua fala afirmando que a Pastoral da Aids possui informações atualizadas e eficazes, com isso, pode contribuir consideravelmente no combate a Aids e HV, acolhimento e acompanhamento das Pessoas vivendo com HIV/Aids – PVHA, bem como no Diagnóstico Precoce. Colombo citou o documento 90/90/90, TASP e HPTN052. Sobre o novo protocolo de tratamento, explicou que um dos benefícios do Teste e Trate como prevenção é possibilitar que a carga viral – CV atinja o nível indetectável, deste modo, diminui a transmissão do HIV. Abordou ainda, outras formas de prevenção que devem ser combinadas, como o preservativo; tratamento antirretroviral (TARV) Pré/Pós-exposição e ainda o projeto “Viva melhor sabendo”, este último tem apresentado bons resultados e que até o momento 9.072, pessoas das populações chaves, já foram testadas.
Na manhã deste primeiro dia, Colombo debateu ainda sobre a necessidade da busca ativa como outro meio de prevenção, e sobre tudo nesta atividade, a Sociedade Civil Organizada tem-se revelado com indispensável colaboração. Por fim, a representante do Departamento acrescentou que é imprescindível usar e adaptar às formas de comunicação popular, para atingir com o diagnóstico precoce e tratamento, os mais de 2.2000 de brasileiros que podem ter HIV e desconhecem sua sorologia.
À tarde do dia 24 iniciou-se com a abordagem: “Do conhecimento a ação: compreendendo estratégias de prevenção”. A primeira exposição foi da Profª. Drª Nêmora Barcelos, esta explanou sobre o conceito de cidadania na concepção de direitos e deveres nas esferas: civil, política e social, o cenário atual no mundo pós-moderno (ter x ser, cultura hedonista, cultura imediatista, família, a concepção de risco), a relação entre a prevenção do indivíduo no coletivo e a humanização no SUS. Por fim, Barcelos pontou que o TARV é a melhor forma de prevenção, pois os demais meios de prevenção (clássica e estrutural) estão em “falência”.
O segundo expositor desta tarde foi o Prof. Luiz Carlos Susin. Este por sua vez, considerou que a sociedade pós-moderna se caracteriza mais pela emoção do que pela razão e por isso, há a necessidade de trabalhar as emoções e carências, ou seja, a afetividade das pessoas. Sendo esta, uma indispensável estratégia de prevenção, pois ela contempla a formação humana de cada indivíduo e práticas do coletivo que resistem à prevenção seja pelo abandono ou isolamento. “Uma relevante metodologia é utilizar a afetividade para curar a afetividade do indivíduo sem eximir suas responsabilidades” afirma Susin. O expositor finaliza denunciando o sistema econômico vigente que gera uma falsa promessa de felicidade e utiliza a insatisfação como motivador de consumo, desencadeando permanentes carências e ansiedades. “A Pastoral da Aids deve ser um serviço de contágio afetivo e terapêutico que proporcione as pessoas uma ambiente saudável de convivência [...] sem esquecer de priorizar os mais frágeis, pois cada tipo relação deve atender uma necessidade e assim, o paciente também é agente”, finaliza o expositor.
O segundo dia do Seminário, iniciou-se com a presença de Dom Rixen. O Presidente Nacional da Pastoral da Aids colaborou com os participantes trazendo como tema principal de sua fala: a felicidade. Esta teve por base o texto bíblico “Bem aventuranças” (Mt 5, 1-11). Segundo o Bispo referencial da Pastoral, Jesus nos apresenta oito possibilidades para encontramos a felicidade: Felizes os pobres de espírito; os que choram; os mansos; os misericordiosos; os puros de coração; os que promovem a paz; os que tem fome e sede de justiça; os que são perseguidos por causa de Deus. Percebeu-se o cuidado do Pastor e a preocupação em formar suas ovelhas no aprofundamento da experiência com Deus e com os irmãos, respeitando nossos limites e diferenças, e testemunhando a promoção da vida; a misericórdia; a solidariedade na acolhida dos mais frágeis.
A tarde do dia 25/10 foi conduzida por Frei João Carlos Romanini com o tema “Comunicação e Prevenção: como convencer?”. O Jornalista iniciou sua exposição explanando sobre o ritmo do tempo pós-moderno e em seguida apresentou as diversas redes sociais que sua ação em populações específicas e gerais. Romanini afirma que tudo que para gerar o convencimento devemos estar nas “grandes mídias sociais” de forma insistente e incansável, trata-se de uma estratégia de guerrilha que vence quem é mais lembrado, ou seja, a prevenção. O expositor sugeriu que a Pastoral crie uma assessoria de comunicação interna capaz de garantir a presença nas redes sociais e utilizar as diversas linguagens disponíveis (áudio, visual e audiovisual). Finalizou considerando a desinstitucionalização das ações preventivas, ou seja, é necessário muitas vezes nos despirmos da formalidade e atender real e virtualmente o máximo de perfis sociais. Às 18h celebrou-se a Eucaristia.
No dia 26, a Pastoral lançou a publicação “Cadernos abertos – Vol. 01: A Pastoral da Aids e a Prevenção” e houve reuniões concomitantes de cada regional para priorizar as estratégias realizadas futuramente nos locais de ação dos agentes.
No regional norte 2 (Pará e Amapá), os coordenadores da Pastoral da Aids se propuseram às seguintes ações: Fortalecer a relação da Pastoral da Aids (PA) com as Pastorais de conjunto/ ONG’s/ e Governo; fortalecer o “setor administrativo” nos regionais com estruturas físicas e humanas; Fortalecer o Programa Testar e Tratar; Participar de grupos de adesão; Capacitação continuada sobre estratégias de comunicação na modalidade presencial e Educação a distância; Utilizar as rádios comunitárias para divulgar os serviços da PA; Sugerir a criação na Secretaria Nacional da Pastoral uma Assessoria de Comunicação (Pessoas capacitadas na área) e priorizar as redes sociais, como o Blog (Atualizando sua linguagem) e Facebook (agregando produções dinâmicas de áudio e visual).
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