VIGÍLIA MUNDIAL PELOS MORTOS DE AIDS 2017


O mundo convive há quase 40 anos com a epidemia da Aids. Doença que se espalhou rapidamente e hoje atinge todos os países, não fazendo acepção de pessoas: sexo, idade, condição social, opção religiosa. Embora tenha diminuído o número de mortes, ela ainda é uma realidade, especialmente para os mais pobres. Há um grande número de pessoas infectadas que são portadoras do vírus, mas não sabem por não terem feito o teste HIV, configurando assim uma epidemia silenciosa.
A Vigília é um movimento mundial que iniciou em 1983. Fazendo memória dos mortos em consequência da Aids, a Vigília pretende suscitar solidariedade aos portadores do HIV e despertar toda a população para a prevenção. A igreja, mobilizada pela Pastoral de IST/Aids e por entidades comprometidas com a causa, dá sua contribuição promovendo a solidariedade. Lembra, ao mesmo tempo, que a morte não é a última palavra sobre o humano. Cristo ressuscitou para que transformemos os sinais de morte em sinais de vida.
A Pastoral da Aids, como serviço da Igreja Católica, segue os passos do mestre Jesus e sonha em vida e saúde para todos. O sonho é que mais nenhuma pessoa se infecte com o vírus HIV e que todos os que já estejam infectados e vivem com Aids, sejam acolhidos, acompanhados e com qualidade de vida garantida. “Eu vim para que todos tenham vida e a que a tenham em abundância” diz Jesus.
O Brasil está perdendo a batalha contra dois dos principais indicadores de aids: o número de novos casos e as mortes pela doença. Dados divulgados em 30/11/2016, pelo Ministério da Saúde mostram que as taxas registradas no ano passado de infecções e de óbitos são praticamente as mesmas relatadas há dez anos. É como se todo o avanço científico nesse período não tivesse trazido benefícios ao País.
Segundo matéria publicada no site correio braziliense[1] “As taxas de mortalidade cresceram nas Regiões Norte e Nordeste e caíram no Sudeste, entre 2005 e 2015. Como consequência, a estatística nacional fica inalterada. São 5,6 óbitos a cada 100 mil habitantes. A diretora do departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken, atribuiu o problema sobretudo a falhas de atendimento em determinadas regiões e ao diagnóstico tardio. Uma das estratégias do governo para reverter esse quadro é tentar antecipar o diagnóstico e o início do tratamento de pacientes Atualmente, cerca de 112 mil pessoas no Brasil vivem com o HIV e desconhecem essa condição. Pelos cálculos do Ministério da Saúde, outras 260 mil sabem que têm o vírus, mas não querem iniciar o tratamento. "Hoje não há mais dúvidas de que essa é a melhor estratégia. Tratamento é o que temos de melhor para pessoas com o vírus", disse Adele”.
Do início da epidemia de aids (1980) até dezembro de 2016, foram identificados 320.353 óbitos (no Norte 13.474 e no Pará 7.097 – 1º da região e 9º lugar em nível nacional) cuja causa básica foi a aids. Entre os jovens de 15 a 19 anos e entre os maiores de 50 anos, observa-se uma tendência de aumento dos óbitos. Entretanto, somente em 2015 foram 1.607 jovens entre 15 e 29 anos que faleceram em decorrência da aids, em sua maioria entre 25 e 29 anos (1.026).
Engajada na luta pela vida, este ano a Igreja Católica por meio da Pastoral da Aids celebra a Vigília, no 3º domingo do mês de maio, sobre o tema “Tantas vidas não podem se perder”, expressão que nos coloca em comunhão com as pessoas que faleceram e estão na presença de Deus, com aqueles que cuidam da vida e buscam que os direitos humanos sejam respeitados. Celebrar esse dia é um momento oportuno de nos sensibilizar com os familiares que perderam seus entes queridos.
Como expressão de nosso gesto concreto, a Pastoral da Aids – Regional Norte 2[2] solicita que a todos os Párocos e lideranças pastorais inscrevam nas intenções da Santa Missa do 3º domingo de maio a Vigília Mundial Pelos Mortos de Aids, incentivem os fiéis ao Diagnóstico precoce e a rezarem junto conosco a ORAÇÃO PELA VIDA:
Senhor fonte da vida e da esperança...
Estamos diante de Ti como criaturas frágeis e necessitadas
Tu que amas o que existe,
Acolhe-nos em teu coração.
Recebe os que faleceram de Aids.
Confiantes na tua promessa cremos que a morte não é o fim!
Torna-nos defensores da vida, perseverantes na luta,
Solidários no sofrimento...
Livra-nos da discriminação,
Liberta-nos do preconceito.
Sejamos acolhedores e misericordiosos,
Conforme a Tua vontade.
Amém!


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